domingo, 26 de junho de 2011

A HISTÓRIA DO TEATRO

por  Moisés Neto

            Teatro é encenação, espetáculo, encontro rápido entre atores e platéia e sobram fotos, roupas quem sabe alguns objetos e... um texto.
                Um espetáculo teatral é um ritual onde atores, diretor, produtor, cenógrafos, figurinistas e técnicos esperam aplausos ou mudança social.
                O início deu-se em Atenas, Grécia VI a.C quando um homem chamado TÉSPIS ousou imitar os deuses e outros homens. Algo similar já fora feito na Índia, no Egito e em outros lugares milênios antes. Mas desta vez, vestindo uma túnica, usando uma máscara e sobre uma carroça, este ator apitou: “Eu sou Dioniso”. Era o nascimento do teatro. No século seguinte a Grécia presenciaria o aperfeiçoamento desta arte. No ano 400 a.C. havia concursos para escolher os melhores autores teatrais (comédia, tragédia), turnês patrocinadas pelo governo e teatros com capacidade para milhares de espectadores. O povo queria distração.
Em vez da carroça, veio o palco fixo e escritores como Esquilo, Sófocles e Eurípedes que deram início a esta ilusão mágica chamada Teatro.
E tudo começou como uma homenagem ao deus do vinho e da paixão selvagem: DIONISO.
Se nos rituais a Dioniso chamados Ditirambo os gregos se embriagavam, brincavam agora permaneciam sóbrios na platéia para assistir às peças, em silêncio e assim purificar suas almas das paixões sufocantes, pois o teatro ao falar das emoções alucinantes ou doentias, ao inspirar piedade ou terror nos liberta de tudo isso.
O teatro sempre fala aos sentimentos dos homens.
Nas tragédias gregas vemos o herói em luta contra o seu destino e os deuses aparecem para recompensar a coragem e punir a rebeldia. Aí os autores se posicionam diante dos valores sociais.
Havia regras para se escrever peças teatrais na Grécia.
Se as tragédias estudavam o sublime as comédias baixavam-se ao ridículo para denunciar a incompetência dos governantes, alertar contra os maus costumes ou denunciar aqueles que queriam corromper as instituições.
O teatro imitava a vida: uma trama expunha acontecimentos, havia um clímax e uma solução para o problema inicial. Os gregos sistematizaram essa história de herói (protagonista) e vilão (antagonista).
E tudo deveria acontecer no limite do possível, do verossímil (Eurípedes perdeu um concurso por colocar a sua  Medéia fugindo no carro do sol no final da peça: imperdoável  deus ex machina).
A coisa mais importante no teatro é a ação! E antigamente a música também auxiliava os espetáculos. O que os espectadores assistiam era a linguagem encenada e o texto escrito era literatura, por isso podemos ler estas obras escritas há 2.500 anos, mas o texto teatral não é para se ler e só “vive” no palco. No livro ele é um fantasma, mas foi assim que foram preservados.
O cenário, figurino, a luz, os gestos, a voz e tudo que faz o público vibrar, dão ao texto plenitude física e espiritual. O ato emociona o público, mas, como profissional, ele precisa estudar muito, ter técnica.
Quando os romanos entraram em contato com os gregos, ficaram encantados com o teatro deles e levaram para Roma esta arte: Plauto e Terêncio nos anos 200 e 100 a.C. fizeram muito sucesso, mas as comédias eram as preferidas dos romanos: os disfarces, travestimentos, truques, obscenidades, colorido e intriga. Mesmo na decadência de Roma havia público para encher os teatros. Mas no século V d.C. a igreja proibiu as peças.
Vem a idade média e os espetáculos mais apimentados são confinados aos feudos (grades propriedades de ricos), aos castelos e se afastam do povão.
Nos castelos surgem poetas, cantores, músicos, dançarinos, dramaturgos, atores, palhaços, acrobatas, isso tudo muitas vezes recebia um nome só: MENESTREL e durou até o século IX, quando os artistas foram procurar os pobres novamente e caíram na estrada mesmo sendo chamados de vagabundos!
A igreja os usou nas festas religiosas empeças chamadas “moralidades” onde personagens chamados “gula” e “luxúria”, por exemplo, surgiram fantasiados de demônios terríveis. Principalmente lá pelo ano 1000 quando se anunciava o fim do mundo.
Essas peças religiosas fizeram muito sucesso na Espanha nos século XII e XIII, eram os autos, que pregavam a salvação da alma. Encenavam-se inclusive dramas como “A PAIXÃO DE CRISTO”. Eram representados dentro ou no pátio das igrejas e depois em praça pública, o que atraía o povo mais pobre. Aí as peças eram montadas em cima de carroças, havia cenários e máquina para encenar os “milagres” e “aparições” dos santos e diabos.
Havia muito maniqueísmo. Mas veio a Renascença (os 1500) e os atores dependeram menos dos ricos e tiveram que buscar sustento de outro modo. Em Florença, Londres, Madri e Paris surgem as companhias regulares de teatro. Em Portugal e Espanha alguns autores como Gil Vicente e Calderon de la Barca ainda insistiam com temas religiosos, no Brasil, José de Anchieta (1534-1597) escreveu peças mostrando as conseqüências da heresia e da maldade.
Já na Itália surge a commedia dell’arte, uma forma de teatro popular que rompe com os clássicos e apresenta personagens engraçados como arlequim que consolam mocinhas apaixonadas como colombina na base de improviso cômico.
Já na Inglaterra o teatro estava no auge e a rainha Elizabeth I dava a maior força a Shakespeare que escreveu tragédias, comédias e peças históricas. Havia vários teatros em Londres e todo dia quase tinha espetáculo. Só que mulher não podia trabalhar como atriz e na platéia tinha mais rico do que pobre.
Já na França dos 1600 surge um grande autor teatral: Molière (1622-1673) que com suas comédias criticou a sociedade ao descrever impostores, falsos devotos e maus cristãos. Mostrou também como os pobres podiam ser vulgares.
Já em 1700 os franceses espalham a moda intelectual e discutem filosofia no teatro e afastam o povo novamente da platéia e nos 1800 surgem várias tendências na Europa: Principalmente a briga entre naturalistas (açougue) (sangue) e simbolistas (a sugestão) (aluna). Era a época do Realismo social também e até na América do Norte surgem grandes dramaturgos na primeira metade do século XX: Eugene O´Neil, Tenessee Williams e outros.
Brecht na Europa a figura do Encenador, do diretor de teatro: Brecht (teatro é fingimento) na Alemanha e vem da Rússia Stanislavski (o ator e a e a 4ª parede).
Com a energia elétrica o som e a luz ganham novas dimensões. O existencialismo discute as relações sociais do homem e prega a revolta, e o teatro do absurdo diz que a vida não faz sentido.
O século XX vai chegando ao fim e o homem se depara com a solidão capitalista.
Resta a Broadway e similares, o teatro musical comercial. A peça “Hair” nos anos 60 ou “o fantasma da ópera”, “Cats”.
No Brasil o teatro surgiu nos 1800 em formas das comédias de Martins Pena. No modernismo só Oswald de Andrade escreveu peças relevantes.
Na década de 1950 e 60 surgem muitos grupos teatrais. Nomes como o pernambucano Nelson Rodrigues ou ainda Millor Fernandes, Plínio Marcos, Oduvaldo Viana. Guarnieri e encenadores como Antunes e Augusto Boal. No Recife surge o TAP, e diretores Ziembinski/dramaturgos como Hermilo Borba Filho, Luiz Marinho, Ariano Suassuna (paraibano radicado no Recife), Isaac Gondim, Valdemar de Oliveira.
A Veneza Brasileira no final dos anos 70 vê surgir grupos como o TUBA com o espetáculo “Guarani com coca-cola” e o talentoso João Falcão com suas comédias chega a lotar os teatros e fazer turnês pelo Brasil. Destacamos também a escrita e direção vertiginosas do dramaturgo Henrique Amaral e do grupo Ilusionistas. Nos anos 90 vem o besteirol da Cinderela, seguindo e deturpando um filão aberto por Mauro Rasi e Miguel Falabela.
O teatro recifense sobrevive em busca de um perfil. Há diretores como Cadengue e Carlos Bartolomeu que são “clássicos”, outros como José Francisco raramente encenam. Quanto aos jovens grupos são experimentos anômalos.
Há que se destacar os nomes de hoje Adriano Marcena, Felipe Botelho, este da minha geração e com quem já compartilhei algumas discussões sobre nossos textos, e João Denys. Há também um festival nacional por aqui.
Mas a chama que os gregos acenderam permanece como um farol e todos nós estamos seguindo viagem.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Destaque

                                                                                                            Maria Luiza Souza


segunda-feira, 13 de junho de 2011

“Bandeira escreve a Mário de Andrade”.

Peça teatral de Moisés Neto.


Bandeira-Eu gostava de uma frase de Mário de Andrade .(pausa) Esta frase repetiu-se milhões de vezes na minha cabeça:
 “De que vale o resto tão desprezível?”.
                  (pausa).
                  Eu ria,
Mário não
                  Eu chorava,
Mário não
                  E Mário dizia:
Está claro que nunca falei a você sobre o que se fala de mim...
                  O que se fala de mim!
 Não desminto...” (vira-se.Respira fundo e retorna para a platéia):
Sou um Robson Crusoé- Sexta-feira bar em bar nesta ilha de Deus.Ilha do Diabo.Corpos ardendo.
Corpos voando.
                   Impus- me um lirismo e vivo da minha poesia:
Louco,
frouxo,
torto,
avesso...
                  Ó, Mário! Anunciaram-me que você morreu!
Meus olhos,
meus ouvidos testemunharam:
A alma profunda, não.
Por isso não sinto agora sua falta...
(ri tristonho)
Não sinto agora sua falta! (irônico- pausa- tosse)
sua falta...
Ela virá pela força persuasiva do tempo.
 Sua falta virá
 de súbito
um dia...inadvertida para os demais.
Por exemplo, assim:
à mesa
conversarão de uma coisa e outra.
E uma palavra lançada à toa
baterá na franja dos lutos de sangue
alguém perguntará em que estou pensando .
 Sorrirei
sem dizer que em você ,
profundamente...
Mas agora não sinto sua falta.
É sempre assim quando o ausente partiu sem se despedir:
Você não se despediu.
Não morreu!
Ausentou-se.
Quando perguntarem por você, direi:
 Faz tempo que ele não escreve.
Irei a São Paulo:
você não virá ao meu hotel.
Imaginarei: está viajando...
Saberei que não, você ausentou-se para outra vida..
A vida é uma só
Mas a sua vida continua  na vida que você viveu.Por isso não sinto agora a sua falta. (Bandeira bebe-pega uma carta, olha a platéia buscando cumplicidade).
Um dia mensagem de Mário:
Quando você me corrige, geralmente eu aceito e quando não aceito modifico ,parafuso ,repenso, trabalho.Isso prova que sei que você me aprecia com inteligência, com crítica, com independência de coração. Você comenta que nossa amizade é carteada...Isso não quer dizer nada, Manu! Isso é que é o mais puro, mais elevado, mais masculino feitio e manifestação de amizade”.
Eu estava muito inclinado a pensar que não lhe queria verdadeiramente bem, Mário.
Isso nasceu do fato de ter a nossa amizade, nascido e crescido em cartas.
Há uma diferença grande entre o você da vida e o você das cartas.
Nas cartas você se abre, pede explicação, esculhamba.
Quando você está com a gente é...paulista. Você esteve na minha casa e não cometeu a menor indiscrição.
Esses paulistas...O Monteiro Lobato por exemplo: O Lobato é um homem desonesto! Devemos combatê-lo.Descompondo-o?
Maldizendo?
 Não!
 Inteligentemente.
Ele ri-se infamemente dos poetas sem compreender que os verdadeiros poetas, longe de ser os ingênuos que ele imagina, é que possuem o senso  das realidades inteligentemente.
 (levanta-se e aponta para alguém)
Quanto ao Oswald de Andrade, tenho ouvido coisas tremendas contra o caráter de Oswald.
É possível. Mas Oswald tem uma perigosa e deliciosa ingenuidade nos olhos:
Dá-me a impressão de uma criança pervertida...
Todos nós podemos ajustar contas com o Oswald,
Meter-lhe o pau!
Nunca porém esquecê-lo de lado, porque o movimento moderno partiu de São Paulo e ele foi o batalhador da primeira hora!
Agora quanto ao Graça Aranha, aí é outra história:
O Graça não é amigo de ninguém.
É um organizador de grupos,
E dentro do grupo, cabalista de facções. Foi sempre assim e para tal corteja interesseiramente os piores medíocres.Mente como um diplomata, mas comete gafes que nenhum diplomata cometeria. (ri tristemente)

(Bandeira tosse muito e bebe água num cálice, acaricia uma rosa)

Desde que lhe conheci, Mário,
desde o começo
senti a sua delicadeza moral e receei magoá-la.
Sempre desejei que a franqueza existisse nas cartas ...nas questões intelectuais também valessem para a intimidade.
Mas você nunca abriu mão das reservas.
Antes de guardar minha carta de 4 de fevereiro de 1928, você recortou uma palavra que lhe desagradava (ouve-se na sonoplastia OPUS 100 de Schubert)
Somos pobres Mário
Éramos pobres e temíamos,
desconfiávamos dos homens endinheirados
que tinham o poder de lançar
 ou não os nossos livros
ou as  revistas que propagavam nossos escritos...nossa aventura.
(tocam címbalo,gongo,percussão metálica. Bandeira parece enlouquecido a evocar um espírito)
Mário! Sou eu, Manu!
 (pausa)
Serei sempre o Manu, que era como você me chama... me chamava.
Manu que parece mano...irmão.
Manu...Manuel
De Recife
“Beijo pouco,falo menos ainda.Mas invento palavras que traduzem a ternura mais funda e mais cotidiana...Quando eu morrer dirão que fui um “Lutador”?
Que busquei no amor o bálsamo da vida?
Que encontrei veneno e morte?
Que caçando a fantasia enfrentei este monstro enorme...e venci?
Contem!
Contem que línguas de sangue ardente envolveram-me!
Espalhem!
Espalhem as imagens das aleluias  de fogo que me acometeram
e tomaram o céu de lado a lado.
Falem,
falem de como expus aos ventos meu coração transverberado!
Mas basta de lero-lero:Vida noves fora zero!
A vida é como você me disse uma vez: gira uma flor do mal.
Traz olheiras que escurecem almas .
 Os diabos andam no ar.
Saias cor-de-rosa e gravatas cor-de-rosa.
e que os cães latam nos jardins!Ninguém,ninguém se importa!
Todos embarcam na rua dos beijos da aventura.Mas eu...aqui,no inverno de São Paulo.Este inverno que parece enterro de virgem...cheio de flores.Cinza sem odor...
 (pausa-O poeta acaricia uma flor)
Eu gosto das suas palavras Mário.

(Bandeira tira uma foto de dentro de uma foto de um livro/caderno- mexe com uns óculos sobre a mesa)

Anjo da guarda, solidão!
Que grandeza estranha pôs este gesto em minha mão? Não sei...
Gritam, riem
É um riso fino de picadas,cobras,espinhos,dores cacos no caminho.Calcei botinhas de febre ...
Eu queria alguém com as mãos lentas, quando dentro da noite a vida canta...
(pausa-o poeta  sentado esconde o rosto com as mãos)

É noite.A lua ardente e terna verte na solidão sombria a sua imensa, a  sua eterna/melancolia.
Adiante uma senhora se entretém a conversar:
“-Mamãe não avisou se vinha. Se ela vier, mando matar uma galinha”.
(ri, desencontrado)
Mamãe não avisou se vinha...
(notas de piano enchem o ar, luz muda drasticamente para Bandeira)
Eu...
Provinciano que nunca soube escolher uma gravata
Pernambucano a quem repugna a faca do pernambucano
Poeta ruim na arte da prosa
Envelheceu na infância da arte
E até mesmo escrevendo crônicas
Ficou cronista de província
Arquiteto falhado
músico falhado
engoliu um dia o piano mas o teclado ficou de fora
Sem família,
religião
ou filosofia,
mal tendo a inquietação do espírito que vem do sobrenatural.
E em matéria de profissão
 Um doente profissional...

Eu não sei dançar...
(Blackout-  luzes começam a piscar- flashes)

Uns tomam éter,outros cocaína
Eu já tomei tristeza ,hoje tomo alegria
Tenho todos os motivos menos um de ser triste.
Mas o cálculo das probabilidades é uma piada
 Sim já perdi pai,
mãe,
irmãos.
Perdi a saúde também
por isso que sinto como ninguém o ritmo do jazz
 (toca Blue Train de Coltrane)
Uns tomam éter outros cocaína /Eu já tomei alegria!/ Eis aí porque vim assistir a este baile de terça-feira (de carnaval) tão Brasil! Ninguém se lembra da política.../nem dos oito mil quilômetros de costas/ A sereia sibila e o ganzá batuca/ Eu tomo alegria.

Mario!
Mário de Andrade, sou eu Manuel, Manuel Bandeira do Recife.
Mário:Eu não sei dançar
Eu tenho todos os motivos menos um de ser triste...
Sou eu Mário...o Manu.
A vida é mesmo como você me disse numa carta...

De que vale o resto desprezível?
Mário lhe chamou de Miss Macunaíma...falaram coisas sobre você
Você apenas me respondeu “ Está claro que nunca falei a você o que se falava de mim e não desminto...”
(toca um jazz – Bandeira coloca o chapéu, vai sair)

Você me pediu que destruísse suas cartas porque queria que com sua morte tudo se acabasse...acabasse esse espaço intermediário chamado vida.
Logo você! Você que me disse “Eu sou 300...350!”
 E me falava das sensações que renascem de si mesmas
 (pausa)
Não rasguei suas cartas.
Se o Modernismo foi  apenas uma putazinha intrigante que apareceu para separar amigos, eu fiquei. (pausa)
Nossos erros no Modernismo foram úteis- hoje somos festejados, estudados...
(som de violinos)

Eu sou um homem cansado que não tem onde se sentar...
(ri num acesso de tosse)
sabem?
Uma coisa me falta neste barco
neste barco remador:
 Ver assentada na proa a bunda do meu amor!

Eu preciso de alegria para contrastar essas zonas de silêncio.

Eu não sei dançar...
(dá alguns passos em direção à saída)

Você dizia Mário, que falar de um livro ou de um poema, não passa de um jeito da gente manusear um caráter, beijar na boca uma alma de gente como a gente e tão diferente no entanto.
Eles se aproveitaram de você para fazer piada...
Você trabalhou, Mário, VOCÊ SE DEU UM DESTINO...
Eles?
Eles ficaram sem se dar um destino.
Adeus
 meu amigo
(tosse um pouco, ri simpático com olhos felizes)
Adeus não: Até logo!
(Levanta o chapéu num aceno- vai saindo e a luz diminui até a escuridão total)

(Música final- para os agradecimentos do ator, talvez).

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Conto de mestre

(por Moisés Neto)

Encontrar aquele professor, depois do mal que ele lhe fez, enfureceu e quase cegou de ódio o aluno atingido pela maldade do mestre.
Três horas da manhã ou mais. Lá estava o tirano com a boca na botija. Não poderia haver ocasião melhor. Rua escura e deserta, garrafa de champanhe na mão. Uma certeira na testa daquele miserável e nunca mais ele ia dar aula. E se alguém descobrisse? A angústia anunciou o precipício. O aluno não se conteve. Percebeu que o rábula se abraçava com alguém. O flanelinha. O aluno escondeu-se atrás de uma árvore. A chuva engrossou. O que era aquilo? Parece que o teacher estava sendo... assaltado!
- Pelo amor de Deus!
- Não grite que vai ser pior. Passe o dinheiro.
Que maravilha. Não dava para acreditar. Já ouvira que o maligno levar um boa noite Cinderela há alguns anos atrás e agora...isso.
- Por favor guarde esta faca!
- Vou lhe dar algo que você não vai esquecer